sexta-feira, 12 de junho de 2009

.de como o trabalho dignifica o homem.

.não é um escolha, é um sentença
não é mais uma ação, é um reflexo
não é mais pensar, é reagir
não é mais discutir, é aceitar
não se trata de fazer, mas sim do quanto receber
não é um retribuição mensal, é um espera ardida
não é uma folga, é um alívio
não é um desaforo, é um ordem superior
não é cansaço, é preguiça
não é afinidade, é incompetência
não é necessário, é preciso
não é preciso, é mecânico
não se trata de medo, mas da possibilidade de ser mandando embora
não é seu, mas toma o teu tempo
não é dificíl de achar, só não tem quem não quer
não é competitivo, é nocivo ao outro
não é pra rever o seu caráter, é pra moe-lo
não é pra pensar só em si, é pra, também, pensar na queda do outro

não é pra dignificar o homem, é pra matá-lo.

a morte diária
sofrida
escarrada
escolhida
e assinada num caderninho azul
dignifica o homem.

o que tem de homem, num só dia
morre em um expediente, dois ou três.

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