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.não se afasta, eu imploro com os olhos
não se desprende, eu te aperto um pouco mais
não corta o abraço, não largo por nada essa segurança
muito menos o beijo
não me deixa, eu faço questão
não deixa de me ligar, por favor
não deixa de pensar em mim, eu faço questão
me busca onde você estiver, não importa aonde.
.5 minutos ou 5 dias depois.
.não se aproxima, eu imploro com os olhos
não gruda, eu te aperto um pouco mais
não agüento meus braços mais em torno de ti, não largo por nada essa segurança
desencosta a tua boca insossa da minha boca fingida
me deixa, eu faço questão
não me liga, por favor
não precisa pensar em mim, eu não faço questão
ne perde onde vocês estiver, não importa aonde.
.entre um instante e outro,
no eterno intervalo instantâneo
entre dois momentos,
movimentou-se.
.não que, alguma vez sequer, estivesse parado
afinal, não acreditava muito nesse estado
nem de espírito, nem de corpo, nem mesmo de paixão.
.mas, moveu-se em direção
àquilo que era apenas um misto/híbrido
de desejo e imaginação.
.acreditava, agora sim,
que todo desejo carrega uma dose de imaginação
e que tudo que é imaginado é, de alguma forma,
desejado.
.e que, sempre que a gente se move
em torno ou em direção
a um desejo imaginado,
imaginando um certa satisfação,
que nem mesmo precisa de definição ou forma
precisa só de existência,
a gente se move com mais gosto ,
com menos desgosto
e com mais certeza,
mesmo que seja um movimento em direção ao incerto.
.e, desse desejo certo
de preencher a imaginação com fatos concretos
e passos caminhados
e sonhos feitos de incertezas e oportunidades múltiplas
de encontrar beleza em feiúras e belezas,
caminhou numa viagem.
.cada passo era descoberta
redescoberta
era conhecimento e reconhecimento
era como reinventar o mundo a cada passo
e a cada olhar.
.o novo lugar era espetacularmente novo
e não houve tempo suficiente,
pois a cognição é fugaz e mestra
em nos encher de sensações que nos prendem a atenção
e impede que classifiquemos coisas bobas e inúteis
na hora em que espetáculos acontecem,
para julgar se aquele lugar era, definitivamente,
belo ou feio
certo ou errado
melhor ou pior
firme ou fraco....
.o lugar, só conseguia concluir isso,
era, definitivamente,
novo.
.e, não tão diferente assim dos lugares que já conhecia,
mas com maior intensidade,
percebia que cada olhar mudava aquele lugar.
.em resposta, e até antes de qualquer resposta,
pois aqui não cabe medir-se o tempo,
o lugar mudava aqueles olhos também.
.estamos caindo na rotina.que bom!parece que a felicidade decidiuse mudar, então, de vez.veio de malas prontase agora mora aqui.talvez tenha 4 patasou, talvez, não se vê.veio viver com a gentee rotinar a perfeição.que bom!insustentavelmente leve o seu sorriso.insustentavelmente leve essa repetição.que bom!insustentavelmente leve demais pra ser humano.insustentavelmente leve demais pra não se querer.que bom!.[grande kundera]
.a próxima coisa postada aquiserá de bem com a vida..eu juro.
.longodelgadoesguioesquizoranzinzaamedrontadoramenteamedrontadorface tortapalavra indiferentepalavra mortafluído de medoque incomoda..isso é você..isso é você..isso é o que você é..você se resume a isso..isso..só isso..se és tão fluído!?..por que tens medo de desmanchar?..- vire gás..isso é medo de ser gás..isso é medo de ser você..isso é medo de chorar..desmancha.
.sinceramente não sei se argumentos entortam passos praticamente já dados
sinceramente não sei se te importa ouvir tudo isso.
.não faço mais idéia de como te afeto
se te afeto
se te importo.
.eu argumento contra o teu exílio
como alguém que teme
por perder você.
.temo te perder totalemte
quando sua pessoa estiver totalmente perdida
e, pelo jeito, há uma busca na perdição.
.esse exílio é fuga.
.não quero frustrar suas ambições
mas acho que, independente do que se ache,
o que importa é gostar do que se tem.
e ver beleza perto e longe
sem precisar se doer para chegar a um horizonte.
porque não precisa ir tão longe
pra encontrar beleza.
não sei se é o vício de olhar pro céu
ou aquele de se olhar sempre menor do que é
de achar que em outro lugar poderia ver mais
sendo que aqui, e em qualquer lugar,
há tanta paz em ver
a beleza em diferentes dimensões e distâncias
porque, enfim, não precisa ir tão longe
pra encontrar beleza aqui.
.não precisa se doer.
.por favor, não vá.
.não me julgue um mau-humoradonem me ache chateadoé só que, por hoje, um pouco de silênciome faz bem..eu não tenho a intenção de brigar hojenem com você nem com as palavrasé só que, por hoje e talvez só por hoje, eu me cansei de vocês..acho que é coisa bem simples,tanto amar quanto falaré só que, por hoje e espero que só por hoje,minha fala transborda nas palavras..é só que, por hoje e espero que só por hojeo meu amor não cabe em você.
.seus olhoseles têm cor-de-mel...mel me enjoa.
.acho que é passageiro,talvez nem seja isso,mas é que eu já diagnostiquei:é preguiça social,e digo mais,é aguda!..não faço mais questão de procurar rostos conhecidos na rua para dizer "oi"não faço questão de ir aos lugares mais frequentadosnão faço questão de companhianem faço questão de pensar em ninguémnem especialnem desespecial..me acho chato e desinteressante..quanto às outras pessoas,acho-as iguais ou piores.....não, ai é exagero,iguais ou melhores!..enfim,um bom livro me bastaessa chuva me motivae eu to com preguiça de socializar.
.presos em gessos institucionaisnossos sintomas berram..a falta de liberdade e de interesseé evidentemente patologizante..meu corpo grita silenciosamentenessas prisões do dia-a-dia..ainda insistem em me convencerque isso é o melhor pra mim..insistem que nem tudo nessa vidaé bom/agradável..meus sintomas discordam.
.virou o rosto numa velocidade incrívelcontra a sua vontade, contra a vontade do pescoço,na verdade, antes mesmo de qualquer vontade..quase imediatamente após a bofetadao moleque sente as lágrimas por viremsegura-as firmevira pra mãe e clamacomo o esforço de quem segura um grande peso e sente, com esse peso, uma imensa incapacidade de falaruma das primeiras palavras que aprendeu:- mãe...?..como quem não percebee realmente não percebendoo titânico esforço do menino em segurar as lágrimase dizer a palavra que, diretamente,não significa "por favor, me ajuda aqui, agora, eu preciso mais que nunca",mas que no momento significava exatamente isso,a mãe, com a cara de indiferença mais porca do mundonem olha pra cara do guri e diz, como quem olha pro horizontetentando enxergar algo:- você mereceu. agora aguenta..nisso, não há mais ajudanão há reforçoele está sozinho no mundosó elee a vontade de chorarvontade que passa pelos olhoschegam a doermas não se resumem a elesno choro, a garganta apertada chora,o peito contraído chora, as mãos e as bases da perna tremendo choram.mas ele não deixa parte nenhuma do seu corpo chorar..o menino abaixa a cabeça,como que para evitar gravitacionalmente que as lágrimas escapem,e tenta calar o corpo todo de uma só vez.tem vergonha e medo de mostrar que não aguenta seguraraquela vontade que dóiaquela vontade que, quanto mais eles seguramais se assemelha a um monstro brincando em seu corpo todo..o pai, autor da bofetada, ainda com a mão vermelha e quentedo atrito com a pele nova do rosto do guri,repara que seu filho, seu próprio filho, sangue do seu sangue,fruto de sua porra,resultado de seu desempenho sexual,futuro herdeiro de seus negócios bem e mal sucedidos,está de cabeça baixa como quem quer chorar,não aguenta e grita(grito que, para o moleque, dói tanto quanto o tapa):- engole o choro, porra. tu não é homem, moleque?..e a vontade de chorar cresceu no meninocomo um ser vivo e independente.e, no máximo que ele pode,se segurou.tremeu tanto o corpo todo que tinha medo de cair.sentiu a face avermelhar-sesentiu a palma da mão do pai latejar em seu rostosentiu seus olhos umedecerem cada vez maissentiu que estava fora de seu controle.com as respostas do pai e da mãe, só conseguia se culpare pensava que se chorasseseria ainda piormostraria fraquezamostraria discordânciamostraria que seu corpo se achava certoapesar da opinião do pai e da mãe..se controlou tantose segurou tantoque, por fim,não sentia mais culpa por aquela enxurrada de lágrimas que caiu.sabia bem: por ele, não haveria choro.as lágrimas choraram sozinhas, sem ele deixar.a culpa, no fim de tudo,era das lágrimas.