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.muitas vezes, nosso próprio inferno não bastaprecisamos do inferno dos outros para vivermosdigo isso no bom e no mal sentidotanto de amparo quanto de escarrose é que existe tal diferença.
.muitas vezes, todo o meu esforço se resume em não me repetirou, pelo menos, não me perceber repetirprefiro improvisações a ensaios..me ver falando novamente estilhaços que cortaram outros e a mim em situações passadasmuitas vezes, me dóime dá a impressão do menor esforço, da menor potência, da menor importância para com a vida..muitas vezes acho que o grande esforço da vida,pra mim,é consguir sempre inventar um novo mesmo jeito de dizerque amo algo..já disse e repitoas palavras são insuficientese necessárias.
.consigo ver nos anos de 2008 e 2009
vidas inteiras vividas a todo o vapor e sem muito pudor
por mim'spor eus.
.somos todos apenas os fragmentos e estilhaços do outrosque nos tocam, nos ouvem e nos respondem,grudados em nossa pele, formando nossos corpos,fazendo dele a arte dos encontros..não nos vejo como mais nadaalém de fragmentos e estilhaços dos outros.
.eu nunca te disse nada
nem te garanti que seria engraçado
ou mesmo divertido
nunca te disse ou afirmei que era bem humorado o tempo todo
não acho que ninguém o seja,
mas eu não o sou.
.não queria te garantir nada
porque, afinal de contas,
eu mesmo não garanto nada pra mim
tá difícil de confiar em mim
há sinceras dúvidas se vale a pena confiar.
.é tudo uma questão de entender que
confiar em algo
é, as vezes, se prender a algo.
.há um vício pelo incerto e pela mudança
que nem sempre permite que se evite às dores,
mesmo as mais óbvias, da incostância.
.não era o momento certo,era apenas mais um momentomenos cálculo do que sortemenos ansiedade do que acasomenos preparo do que consequênciamenos ambição do que tédio..naquele momento se deparou com o mundocomo nunca o tinha visto em um lugar nunca antes visitadonão podia acreditar que aquela sensação desaparecerianão podia se contentar que só ele visse tudo aquilodaquela forma tão completa e única que o mundo era e é..de repente, sacou outros olhos do bolsoolhos para saudades posterioresolhos para garantir lembranças nítidas e diferentes das que podemos guardar em mentenão desperdiçou o momento observando-oe registrando-o passivamenteviveu totalmente o momentoativamente observandoativamente registrando..tinha uma nova foto.
.eu falo das mesmas coisas que álvaros, ricardos, fernandos e albertos disseram antes de mim
não tem como evitar
antes mesmo de saber que eles falaram disso tudo
eu já estava falando também.
.falo da vida
do amor
das palavras
da exitências
de bicicletas
de flores e borboletas
de máquinas e vidas
de loucuras e sensatezes
de repetições inovações
assim como muitos outro antes de mim já o fizeram e ainda fazem sem saber que eu existo.
.entretanto, falo do jeito que me agrada
e, se te agrada também,
por favor,
indetifique-se.
.e assim, pra mim, se faz alguma arte
e, consequentemente, se faz alguma vida
e, não necessariamente consequentemente
se descobre o mundo e se milita.
.sou tão nocivo quanto as minhas
mudanças subtas de humor
e meu medo de ficar sozinho.
.sou tão nocivo quanto a minha
incessância de pensamentos e comparações
e a vontade de que você entendesse, pelo menos, parte de tudo isso
que nem eu sei explicar.
.e, derrepente, me vejo desaprendido a andar
não no bom sentido
no sentido de esquecer que eu tenho pernas
uma maior que a outra por sinal (a direita é meio fudida mas eu gosto dela)
por mais de 8 meses
minhas pernas seguiram o mesmo caminho todos os dias
aguém deu a dica
alguém apontou alguma coisa ali
acho que desconectou cérebro e pé
fácil
ai pé se automatizou e autonomizou-se
sentindo-se livre pra vender o seu destino pra alguém
foi rebeldia das pernas
e férias para o cérebro
agora não sei mais por onde andar
ninguém me aponto mais lugar nenhum.
.é estranho
muitas vezes eu vejo e ouço as pessoas falando de como o trabalho aliena o homem
de como o massifica e de como o entorpece e o castra
mas, pensanado nesse desaprendimento de andar
é bem confortável estar dopado.
.talvez nós, trabalhadores financeiramente, intelectualmente, moralmente, corporalmente, mentalmente, ludicamente, ópticamente, literariamente, momentaneamente, infelize e felizmente explorados!, bem gostamos de férias ao cérebro.