terça-feira, 12 de janeiro de 2010

.férias.

.férias me entorpecem,
eu sinto que os dias não mudam
não passam
eu sinto que eu to no mesmo dia
todos os dias.

.não pela repetição
mas pela continuidade
velocidade
fluxo.

.me faz um favor?.

.leva um pedaço de mim.

.me faz doer.

.por favor.

.medo.

.minha mãe disse que se encontrasse um homem como eu,
ela, sem pestanejar, o taxaria de medroso.

.ela diz que acordar em partir e deixar partir fácil
sem peso
é sinal de instabilidade
sinal de medo de compromisso
sinal de insegurança do que se quer.

.mamãe sugeriu que eu sou medroso.
.eu acho.
.ou ela não tá afim de me pegar.

.amor, arte, alguns sentimentos e resmungos.

.eu sinto que não sinto nada
e, estranhamente, simultaneamente,
eu sinto não agüentar o que estou sentindo.

.o nada pesa muito/tanto.

.eu confesso que não sei tocar nem uma música inteira na guitarra
mas um dos maiores prazeres da minha vida
é tocar tal instrumento.

.admito que não me considero poeta
que não sei fazer e nunca fiz uma poesia sequer
mas poetar me faz muito bem
fico aquém quando não poeto.
.assumo.

.têm vezes que eu sinto que nunca amei
e que durante toda a vida
amar foi o que eu mais busquei.

.amor, arte, alguns sentimentos
arte, amor e resmungos disfarçados
eu disfarço os resmungos
finjo eu que são só contemplações de patetices e tragédias

dessas simples vidas em eus.

.no fundo e bem na superfície,
quase que pra todo mundo que quiser ver,
eu resmungo mesmo.


.sou um puta resmungão.