quinta-feira, 8 de julho de 2010

.da quarta dimensão.

.não precisa de paredes pra se sentir esmagado
mais do que espaço, alutura, largura e comprimento;
mais do que paredes e limites geográficos;
o que me esmaga mesmo,
aquilo que tem a proesa de me esmagar onde mais preciso de espaço,
aquilo que retorce meu peito por dentro e por fora ao mesmo tempo,
a dimensão que mais me corta, me preocupa e me consome
é o tempo.

.nota de registro.

.café.
.insônia.
.calendário.
.agenda.
.relógio.
.celular.
.prova final.
.dívidas.
.salários.
.finais de mês.
.café.
.virar a noite.
.3 dias seguidos.
.ducha fria.
.tempo.
.tempo.
.tempo.
.tempo.
.curto.
.uma vida é muito pouco.

.a ânsia de consumir o tempo
em doses maiores que minha boca,
meus pés,
meus olhos,
e meus pulmões,
não me deixa perceber se o que sinto
é vontade de morrer menos,
vontade de viver de mais,
ou de viver mais pra morrer logo.

.a vertigem,
tanto causada pela altura quanto pelo tempo,
causam-me tanto a sensação de medo
quanto a sensação de alívio.

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