quarta-feira, 23 de junho de 2010

.cacos de paixões.

.tem hora que a paixão não cabe mais em mim
eu me explodo em excesso,
sou uma pessoa excessiva,
nunca me faltou nada,
e atiro cacos de mim pelo mundo afora

vira e meche, vejo cacos de antigas paixões
naqueles livros e poemas daquela época,
naquele jeito de beijar um corpo que se aprendeu em mim,
naquela rua escura por onde a paixão passou,
naquela cidade inteira por onde a paixão foi,
naquele sentimento de inocência,
ou na sensação clara de tesão,
que outrora era sinal de paixão

sobram cacos por todos os lugares
os cacos são,
ao mesmo tempo,
memórias
e partes
de mim.

.eu sou sempre
o que resta da explosão
de umas outras paixões.


2 comentários:

  1. É sempre interessante juntar os restos e cacos, pricipalmente de paixões...

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  2. Me parece uma sorte nunca faltar nada a um eu-lírico.

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