.não pediram mais nada
o silêncio, levemente,
pedia tudo o que era necessário
pr'aquele momento
os corpos, repletos de desejos densos,
encontravam-se como quem sabe
onde, como e porquê,
sem nem querer saber de quando
era uma intimidade tão leve,
tão natural e pura, como se ela já existisse
antes mesmo daqueles corpos existirem,
que não deu tempo pra pensar, sequer,
em uma forma de temer aquele momento,
nem seus motivos passados,
muito menos suas conseqüências futuras
não deu tempo pra pensar em ter medo
não deu tempo pra pensar em ter regra
não deu tempo pra pensar em palavrear o tempo
não deu tempo de, sequer, pensar em passados
.o agora era tão fugaz, necessário e aproveitável,
que não esburrava tempo pra se perder.
era uma intimidade tão leve, quase ingênua,
que só conseguiram mesmo pesar
em memória de bem querer de agora
e em folha de papel rabiscado depois.
O menino e seu mar
Há 8 anos