.quantas vezes a gente precisa ouvir o próprio nome
até que ele vire nome próprio?
quantas vezes até decorá-lo, enfeitá-lo, encaixá-lo em nós?
quantos são os desafetos próprios, as brigas e as burradas
para querer esquecê-lo, tocê-lo, rasgar ele inteiro?
quantos são os desafetos próprios, as brigas e as burradas
para querer esquecê-lo, tocê-lo, rasgar ele inteiro?
quanta ousadia, própria ou achada,
é necessária para não se importar mais com ele?
quanto tem de coragem nessa ignorância, nessa leveza, nessa dança?
tem muita história em um nome,
no meu nome próprio
que é de minha propriedade e garantia
grande parte da história
nem fui eu quem escrevi
muitas memórias,
repetições
muitos acidentes, más interpretações,
gráficas, semãnticas e léxicas
tem hora que pesa demais
tem hora que,
talvez graças aos corpos que sempre somos,
ele nem importa mais
quando a gente geme um nome próprio,
em certas ocasiões,
já é quase esquecimento
de não importar mais